Hi there!
Só para dizer que continuo a adorar os vossos comentários, obrigada por lerem. E... Fériaaas! Finalmente, embora seja só uma semana já não aguentava mais aulas.
E sabem o que vou fazer agora? Ler a fic da minha Anica :P
Kiss
Estavam os três no backstage e Gustav afastara-se do nervosismo dos outros, como sempre. Georg estava entretido a dedilhar as cordas do seu baixo, Bill cantava e Tom fumava o cigarro do costume. De repente Tom levantou-se e foi falar com Bill. Georg olhou para eles mas estava tão concentrado no baixo e no seu cabelo que rapidamente voltou a baixar a cabeça.
- Bill, como está a tua amiga?
- Agora queres saber? – perguntou friamente.
- Bem, só estava a perguntar…
- Arranjei-lhe um emprego no prédio dos pais. Ela está muito melhor.
- Então ela já não…
- Não, isso acabou para ela – a rispidez de Bill ainda não abandonara nem o seu tom de voz, nem os seus olhos.
- Que pena – brincou Tom tentando desanuviar o ambiente estabelecido naquela conversa.
Bill não se riu da piada de Tom e permaneceu a mesma expressão no seu rosto.
- Bill, desculpa ter sido um bocado inconveniente e até frio e desagradável para ti.
- Está bem.
Tom, apesar de tudo, conhecia-o como ninguém e não aceitou aquela resposta.
- Bill! – deu-lhe um abanão para que este olhasse para ele – Estou a falar a sério, desculpa!
- Tom olha para nós. Nós por acaso somos alguma coisa agora? Somos amigos? Somos irmãos sequer? Já viste no que nos tornámos? Porque é que a nossa relação não pode voltar a ser como antes?
Tom demonstrou-se bastante admirado com as perguntas de Bill, ele não pensava muito nisso.
- As coisas não voltam a ser como antes. É mesmo assim, é sempre assim. Encaremos a realidade, o passado não volta.
Bill não encontrou naquelas palavras todas as respostas para as suas perguntas mas nem teve tempo para reflectir nisso pois nesse momento entrou Saki e Gustav na porta atrás dele.
- Está na hora – rapidamente ajudou os rapazes a instalarem os auriculares, ouviram as últimas recomendações e as palavras a que já estavam mais que habituados: - Estão prontos? Sigam-me.
Bill seguiu-os, o concerto foi o habitual. Era estranho pensar que para eles era só mais um mas para todos aqueles fãs era único, totalmente importante, aguardavam-no há meses, preparavam-se há imenso tempo, contavam os dias e as horas, dormiam à porta do pavilhão. Mas para eles era o mesmo de sempre, embora fossem sempre diferentes e especiais á sua maneira. Só mais um. Entre tantos.
Bill costumava pensar nisso por vezes mas neste dia, a conversa de Tom ocupava-lhe todo o pensamento. Estava confirmado. A relação deles não seria a mesma, nem agora, nem nunca mais. Isso atingira-o e magoava-o ainda mais do que imaginara e sem dúvida muito mais do que magoava Tom. Ele já o sabia mas agora tinha as palavras dele para o confirmar. E de quem era a culpa? Não era de “alguém”, era de tudo, do conjunto de todas as coisas.
Os dias, as semanas passavam. Os desentendimentos e discussões na banda eram cada vez mais frequentes e a causa era sempre a mesma: Bill, ou mais precisamente, Natalie. Isto porque o vocalista cada vez passava mais tempo com a rapariga. Atrasava-se para os compromissos da banda e muitas vezes não estava completamente concentrado.
- Bill, quando entrámos nisto já sabíamos como era! A vida pessoal fica reduzida. Mas porra, os sucessos profissionais compensam não? Os prémios, os CD’s vendidos, as posições nos tops, as fãs! É mesmo assim. Queres desistir agora?! – gritava Gustav exaltado e Georg concordava com a cabeça. Tom, por vezes, ainda tentava defender o irmão mas não havia desculpas possíveis.
Claro, e até Bill concordava, que os rapazes tinham razão mas ele já não podia prescindir da companhia de Natalie. A banda era muito importante, mas Natalie completava-o, não sabia explicar porquê mas só com ela atingia a felicidade plena e era tão simples com ela. Não havia nada de falso ali. Era tão fácil, bastava ser ele próprio. Ela mudara a sua vida e isso chegava.
Passeavam pelo jardim, aquele sítio especial de Bill, jantavam juntos, brincavam com Martha. Bill arranjava-lhes bilhetes para quase todos os concertos mas nunca contava nada aos seus colegas para não aumentar a sua fúria.
Entretanto Natalie estava também cada vez melhor, assinara um contrato com a empresa de limpezas e fora até promovida a directora da sua secção há pouco tempo. O seu antigo modo de vida estava, portanto apagado, não na sua memória claro, mas no seu pensamento.